Intruso

Que mãos são essas que tocam seu corpo de forma tão grotesca? Certamente não são minhas... Aquelas que sempre fizeram você se contorcer, os pêlos ficarem de pé, ao contrário da pressão que vai lá pra baixo. Mais o controle não ta comigo, nunca esteve.

Seu corpo (mais branco que o branco e mais limpo que o limpo!) está se contorcendo, mas como? Não estou a tocar essa pele macia, o som que ecoa nessa sala não vem da minha boca nem do meu som desligado, e por que ele te fascina? Você disse que estaria sempre aqui, mas não sinto mais...

As águas me deixam submerso nesse encantador mundo lento, é como se todos os problemas deixassem de existir, talvez nem existam, já que sou tão insignificante pra esse mundo de cá, eu mesmo não quero ser notado, não quero mais sentir...

Tuas mãos, agora sujas, não me apetecem, teu corpo é deformado ou talvez tão coberto de pêlos que causam-me náusea. O teu cabelo ralo que me deixa ver o couro-nada-cabeludo com alguns insetos caminhando... Por que você não some?