O Anti-Cristo!

Postando minhas idéias e opiniões sobre a vida, a arte, e sobre o que mais der vontade!

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

O destruidor das espécies

No ponto de encontro entre duas paredes e o teto do box do meu banheiro tinha uma teia com uma aranha de um tamanho considerável e patas, que para meus estúpidos olhos humanos amedrontados pareciam gigantes, não gosto de aranhas, principalmente quando elas estão com um tamanho considerável. Mas o que mais importa é que a aranha ainda vivia naquele cantinho quando uma mosca idiota, com seu vôo idiota acabou grudada naquela armadilha cruel preparada para que a aranha pudesse alimentar-se e, conseqüentemente, crescer. Não saberia definir qual era a mais nojenta, a inconveniente da mosca suja que cai nos nossos copos de Coca-Cola em qualquer pracinha que se sente para fumar um cigarro ou passar o tempo ou fazer sabe o que mais as pessoas fazem em pracinhas com um copo de Coca-Cola; ou a nojenta da aranha que só pelo número de patas já dá arrepios.

E lá estava a besta da mosca debatendo-se e grudando-se cada vez mais naquela teia, não tardou e veio a aranha com toda aquela imponência e talvez até elegância pro mundo dos insetos, ao aproximar-se da mosquinha que tinha menos da metade de seu tamanho e tremia apavorada. A aranha olhou com seus vários olhos para os da mosca e... Começou a chorar desesperadamente, toda a imponência se fora e junto o pavor que a vítima sentia.

- Eu não quero fazer isso, não gosto de matar, mas a fome está me matando... - lamentou a aranha, que agora já parecia a criatura mais frágil da face da terra, e talvez até fosse mesmo. E foi aí que a mesmo com toda sua estupidez a mosca viu uma possível solução para seu problema, não o da aranha é claro, mas o dela, não que fosse uma idéia genial tentar trapacear um animal maior que ela, mas era a única idéia que lhe vinha naquela sua cabeça estúpida.

- Olha, minha vida dura por volta de um único dia e eu estou vivendo a poucas horas. Tratemos assim: liberte-me e trarei as minhas irmãs mais moribundas para sua teia, assim não precisa preocupar-se em matá-las, pois elas morrerão só de grudarem aqui. - aquele era um argumento fraco para uma mente sã, mas a pobre da aranha era piedosa e solitária demais para ignorar tal argumento.

Eis que neste momento entro no banheiro para fazer minhas necessidades, ambas assustaram-se porém mantiveram suas posições, a mosca por falta de opção e a aranha porque já me vira ali inúmeras vezes sentado na privada com a cara enfiada na "Origem das espécies" de Darwin e depois bem de perto, no banho, e eu que a ignorava ou não havia notado sua insignificante presença com seu insignificante tamanho.

- Você me garante trazer suas irmãs moribundas? - perguntou a aranha tentando recompor-se da choradeira e tentando pôr um tom um pouco mais ameaçador na voz. Mas a mosca já não mais temia aquela aranha fraca e deprimida, seu temor voltou-se para mim, ela sabia o quanto seres humanos detestavam moscas que vivem posando e voando e posando de novo no mesmo lugar, o que provavelmente acaba em seu esmagamento.

- Jamais te trairia, sou a mais leal das moscas. - de alguma forma a mosca foi bem convincente desta vez e a aranha resolveu que soltaria a pobre vítima indefesa, cheia de horas para viver ainda. Na verdade ela até invejava uma mosca só por ela poder voar, era seu maior sonho.

Foi quando a aranha começou a soltar sua presa de toda aquela coisa grudenta, que eu, tendo terminado dei a descarga. Ao ver-me levantar a mosca começou a debater-se de pavor e assim só dificultava o trabalho da aranha que começara a irritar-se com aquilo:

- Dá pra ficar quieta, ou nunca vou solt...

SPLASH! Acertei as duas em cheio com aquele livro pesado e joguei-as no chão e logo liguei o chuveiro para que elas descessem pelo ralo, pois desta vez eu notei a aranha e nem havia notado a mosca antes de vê-la escorrendo com a água do chuveiro. O fato é que só notei a aranha porque ela estava se mexendo, tentando salvar a vida da pobre mosca... A vida é mesmo imprevisível, podemos ser esmagados pela própria natureza a qualquer momento.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Morte

Depois que eles sairam, dei play em "How to disappear completely" do Radiohead, porque essa é a musica que eu imagino que estaria ouvindo no leito de morte. Sentia que ia morrer, essa dor de cabeca que não passa deve ser uma espécie de presságio.

Até honroso morrer pela cabeca, enlouquecer, pelomenos não seria atropelamento ou bala perdida. Os doutores diriam "o cérebro dele esgotou-se" ou "não suportou tanto pensamento". Poderiam dizer que morri de pensar, isso seria uma honra. Pena que eu seja uma pessoa importante somente para uma meia duzia, que incluem meus pais, meu namorado e meu melhor amigo.

Mas todo esse pensamento me tomou a cabeca, senti que aquele cigarro não seria um cigarro qualquer, seria o último deles. Olhei pro copo que estava vazio, corri para enchê-lo e beber, não qualquer copo, mas o último copo daquele veneno preto delicioso. Assim que entrei na cozinha Beladonna saltou para a janela onde mora uma lagartixa, lembrei que o Fred disse que lagartixa é um veneno para gatos. Afinal, eu morreria, mas não desejava isso pra tão jovem criatura.

Dei-me conta de que a música devia estar pela metade e quando ela acabasse eu acabaria junto com ela... O Thom já gritava "I`m not here, this isn`t happening", corri e me sentei de frente pro computador para esperar a morte vir me buscar, mas nenhum vulto se quer tinha passado. Lembrei da minha mãe, eu sentia saudades dela e de toda a minha família, mas eles viviam longe agora. Olhei pro presente que tinha acabado de comprar para minha sobrinha e me deu até um aperto no coracao.

Não é de tristeza e sim de uma felicidade constante que as vezes se exalta a ponto de ficar melancólica e quase triste que sofro. Nem parece que tudo isso está acontecendo, ou alguma coisa ruim está para acontecer, e de fato acontece, todo dia. A felicidade plena e constante não existe.

A música acabou, o cigarro também acabou e o copo esvaziou. Cansei de repetir a mesma canção, ela acabou mais umas três vezes e acabei me convencendo de que já estava na hora de ouvir outra. Ouvi um barulho na fechadura da porta, eram eles voltando com algum lanche gostoso que tinham ido buscar. E eu continuei aqui, vivo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Como pratos rodopiando

O tempo? Ele corre contra mim. As contas chegando e o um terço do meu salário no bolso de algum sem vergonha. Terço, eu devia rezar um terço, mas pra que rezar? Deus não existe e se existisse já estaria muito ocupado com a África ou sei la que países mais pobres existem.

Eu vivo nessa cela, nessa jaula, eu sou um empregado, subordinado, escravo do poder alheio. Fico exposto numa vitrine aqui perto de casa, aguardando você ir lá e abusar de mim. Aquele outro mundo chamado Barra da Tijuca, aqueles seres que me envergonha pertencer a mesma raça. Quem dera eu podesse romper as barreiras da minha mente, usufruir de toda essa ira e descontar tudo isso naqueles cabeças-de-plástico, mal educados e arrogantes. Pessoas que não deviam existir. Eu sou uma reação química destruidora causada pela sociedade, a bomba atômica que explode na tua cabeça.

Sempre atrasado pro trabalho e chegando depois da hora, o despertador toca oito horas da manhã e mesmo que eu chegue em casa no meio da noite ele não me perdoa. Esse despertador barulhento e irritante que faz subir pelas paredes tremulas do meu quarto.

Eu queria poder explodir e acordar novinho em folha amanhã. Mas eu ainda quero provar de muito mais que eu posso oferecer a mim mesmo e que talvez eu não saiba que possa, mas um dia eu descubro. Fico fora dessa loucura, desse medo constante e só vivendo um sonho pra não pirar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Para além do certo ou errado

Os cientistas vão ligar hoje o LHC, uma máquina capaz de destruir o mundo. O mais impressionante é que não me perguntaram se eu quero correr o risco de morrer hoje. Eu nem aprendi a formar uma frase em alemão. Cheguei até 'Ich spreche ein bisschen Deutsch!', mesmo que não possa considerar essa afirmação como verdadeira. Também não acabei de ler o 'Zaratustra' do Nietzsche, se bem que acho que o Mestre ficaria até muito feliz com tal experimento.

Lendo sobre tal máquina me pergunto: até onde vai a autoridade do cientista nas nossas vidas? Afinal não soube de nenhum tipo de plebiscito em lugar algum do mundo perguntando a opinião pública a respeito do LHC. Infelizmente temos que comemorar o fato de não considerarem o povo muito apto a julgar algo de tamanha importância. Mas estariam estes cientistas dotados da razão?

O cientista é um ser humano como nós, talvez um pouco mais louco, mas ser humano e não mais que isso. Na nossa vida nós corremos alguns riscos, pois temos a esperança de tudo dar certo no final. Tudo bem que a possibilidade de erro é pequena no caso desse experimento, já que loucos devem estudar e calcular todas as possibilidades antes mesmo de ligar na tomada. Mas o erro sendo uma catástrofe que destruiria toda vida na Terra, mesmo sendo uma mínima possibilidade, já é grande por existir, pior ainda sendo criado.

Cristãos devem estar pensando se Deus vai permitir tal coisa, a Torre de Babel foi derrubada, uma máquinha como essa seria facilmente destruída por Ele. Deve-se ter certeza de que vai dar tudo errado, afinal essa é provavelmente a maior arma que a ciência já apontou pro Pai. Isso se a igreja não preparou alguns explosivos secretos pra acabar com a festa dos loucos e anti-cristos. Se o LHC funcionar como previsto, matamos Deus de uma vez por todas, caso contrário o mesmo acontece já que sem nós Ele não existe.

Comemoremos então tal feito, pois pro certo ou errado acabaria dando certo. Se toda a Terra não existir mais, não vai ter com quem reclamar. Tudo não passaria de nada, simplesmente não vamos mais pensar, logo não existiremos e se não existimos não temos passado, nem presente, muito menos futuro... Só espero que Deus seja piedoso e me poupe de dor!

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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Guten Tag!

O mundo não acabou, o Anti-Cristo não morreu ao contrario do opositor... Pena que tem gente que ainda lamenta um túmulo de mais de dois mil anos. Pena que toda a historinha criada sobre a vida do falecido prejudica até hoje em dia a minha e a vida de todos. Um tempo de silêncio que pode virar um esporro ou até um som ambiente, mas basta de silêncio.
Auf Wiedersehen!