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Désolée

Somente dois cigarros dentro dum maço amassado de Marlboro light, a chuva não pára de cair lá fora, o que acaba me deixando mais prisioneiro dos próprios pensamentos... Mas quem foi que disse que eu queria ficar pensando neles hoje? O telefone também não tocou, só consigo ouvir a música que continua escorrendo pela caixa de som, entrando nos meus ouvidos e misturando-se as minhas entranhas... Malditos pensamentos que não queriam ser pensados, não agora!

O vento continua soprando gelado pela janela à minha direita, a luz lá fora é pouca, aqui dentro também, exceto a sala que está, como sempre, cheia de luz e barulho. Aqui só o barulho do teclado que, tocado por meus dedos reforçam a frieza dos azuis da parede do quarto... A tela do computador não se move, exceto pelas 'telinhas' do MSN me avisando que um ou outro estão on-line, mas eu não tenho nada pra dizer.

Mais além, posso até ouvir o som do mar, mas são as pedras que me envolvem, o vento mentiu pra mim. Volto a direcionar meus passos por esse caminho que tem volta, arrancar o coração fora e pensar com meus neurônios parcialmente queimados pelo dia-a-dia... Tá tão cheio de coisas que parece vazio, onde estarão todas elas?

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